sexta-feira, 13 de setembro de 2013

CARRAPATOS! Humanos também podem ser vítimas.

É meu povo...o calor tá chegando e com ele alguns visitantes indesejados também, como o carrapato.
Esse artrópode "parente" das aranhas e da Família dos ácaros gosta do calor, por isso é comum, nessa época do ano, o aumento de incidência de carrapatos em cães, gatos e humanos.
Eles são parasitas e vivem do sangue de seu hospedeiro. Vivem em frestas de madeiras e carpetes. É super comum encontraálos em teatros, cinemas e abrigos de animais. Eles sobrevivem longos períodos em jejum e sobem em seu hospedeiro pra se alimentar, ficando grudados na pele.
 

O clico de vida do carrapato funciona assim:
Ovos: Podem ser milhares e, em duas semanas, estão prontos para dar origem às larvas;
Larva: Após eclodir do ovo, a larva procura imediatamente por sangue. Uma vez alimentada, volta ao solo e muda para a fase evolutiva seguinte;
Ninfa: Depois de mudar para ninfa, o carrapato procura por mais sangue. Uma vez alimentado, cai no solo e muda novamente, agora para a fase adulta;
Adulto: Já adulto, o carrapato procura por sangue outra vez. Quando estão cheias de sangue, as fêmeas se desprendem do hospedeiro para realizar a oviposição no ambiente. Os machos, geralmente morrem após a cópula.
 
Os carrapatos carregam seu próprios minúsculos parasitas (protozoários e bactérias), que podem causar doenças muito graves em animais e seres humanos, uma vez que penetram na corrente sanguínea.
Dentre elas, as mais conhecidas no Brasil são: a febre maculosa (transmitida principalmente pelo carrapato-estrela), a babesiose canina e a erliquiose canina (transmitida principalmente pelo carrapato-vermelho-do-cão).
No Brasil não há um tratamento preventivo contra as doenças do carrapato. Por isso, é muito importante que você, como dono, sempre mantenha seus animais o mais livre de carrapatos possível.
 
Os carrapatos mais comuns no Brasil são:
Carrapato-de-boi (Boophilus microplus) que transmite ao gado a Babesiose;
Carrapato-de-cavalo ou Carrapato Estrela (Amblyomma cajennense) é o que mais comumente parasita o homem. Também infesta mamíferos domésticos, silvestres e aves. Em sua forma adulta, ele é conhecido como carrapato estrela. Fica grande, do tamanho de um feijão verde, ou até maior. A sua forma larval, o micuim, está nos pastos no período de março a julho. Este tipo de micuim, que pode ficar até 24 meses sem se alimentar à espera de um hospedeiro, causa terrível coceira e inflamação em humanos que pode durar mais de um mês;
Carrapato-de-galinha (Argas miniatus), que transmite aos galináceos a bouba, doença infecciosa semelhante à sífilis;
Carrapato-vermelho-do-cão (Rhipicephalus sanguineus), típico de cães e gatos. Os adultos preferem instalar-se na pele, entre o coxim plantar e as orelhas do cão. Sobem pelas cercas, muros, e espalham-se pelo canil, casa, etc. É de fácil controle.
 
As doenças:
Babesiose: Causa uma severa anemia que pode danificar o fígado, os rins e o baço, sendo o primeiro sintoma uma febre de mais de 41 º C. A urina fica escura por causa da presença de sangue.  Algumas vezes, a doença causa sintomas neurológicos, como ranger de dentes ou comportamento trôpego (que anda com dificuldade, mancando.
Que tem dificuldade ou impossibilidade de mover qualquer dos membros.), e os
cachorros morrem em quatro dias. Para tratar a babesiose, usam-se drogas antiprotozoárias. No Brasil, a maior incidência de casos de Babesiose se dá no nordeste, sendo menos comum nos estados do Sul e do Sudeste.
 
Erliquiose: Produz uma ampla variedade de sintomas, desde sangramento nasal, febre de até 40,5º C até a supressão do sistema imunológico. A opção para tratamento são antibióticos, como tetraciclina. São encontrados casos da doença em todas as regiões do Brasil. Depois que a Erlichia entra no corpo através da mordida do carrapato, ele afeta as células na corrente sanguínea do cachorro. As células brancas (preciosas na luta contra infecções), células vermelhas (necessárias para o transporte de oxigênio no corpo) e as plaquetas (necessárias para ajudar a formar coágulos sanguíneos) podem ser afetadas.
É importante salientar que apesar de homens e cachorros poderem ser afetados, não é conhecida nenhuma transmissão entre o cão e o humano, o carrapato sempre é o transmissor. Todas as raças caninas são passíveis de adquirir a bactéria, porém algumas raças, principalmente o Pastor Alemão, são mais propícias a desenvolver uma infecção crônica séria. Alguns sintomas da doença incluem apatia, falta de apetite, febre, corrimento oculonasal, vômitos, diarreia, dispnéia (respiração ofegante), sangue pelo nariz, dor e rigidez (devido à artrite e dores musculares), sintomas neurológicos (por exemplo, coordenação motora comprometida, depressão, paralisia, etc), hematomas pelo corpo e mucosas pálidas (sinal de anemia). Na ausência de cuidados, a erliquiose torna-se crônica e pode levar a morte. O tratamento exige a aplicação de antibióticos durante várias semanas. A Doxiciclina geralmente é usada e mostrou ser efetiva no tratamento para a doença. Se a erliquiose causar outras complicações, estas deverão ser tratadas separadamente, usando outros medicamentos e terapias para alcançar questões secundárias causadas pela presença da Erlichia. Em um animal com forte anemia, uma transfusão de sangue pode ser necessária. Os sintomas da Erliquiose podem ser facilmente confundidos com outras doenças, por isso é primordial que ao notar algo errado você leve o seu cão ao veterinário. Somente o veterinário poderá fazer os exames necessários, diagnosticar o problemas e a partir daí começar o tratamento adequado.
 
 
Doença de Lyme: Nos Estados Unidos, é a mais comum entre as doenças transmitidas por carrapato. No Brasil foram encontrados focos em São Paulo, Santa Catarina e no Rio Grande do Norte. O carrapato precisa sugar de 12 a 24 horas para transmitir a doença. Cães com doença de Lyme geralmente mancam, ficam desanimados e têm febre alta. Raramente, também apresentam erupção na pele, em formato de olho de boi, mas o pelo dificulta essa observação. O tratamento é feito com antibióticos.
 
Febre maculosa: Causa febre alta, rigidez, respiração difícil, vômito, diarreia, edema na pata e no focinho, e, finalmente, sangramento nasal, na urina e nas fezes. Para que se fique infectado, o carrapato precisa sugar no mínimo quatro horas. Antibióticos como doxiciclina revertem os sintomas em um ou dois dias, desde que a doença seja tratada logo no começo. A febre maculosa pode ser uma doença muito grave, levando muitas vezes à hospitalização e registrando sequelas e casos fatais. No Brasil, mais notados estão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco.
 
Paralisia do carrapato: Acredita-se que seja causada por uma neurotoxina existente na saliva do carrapato que, vagarosamente, paralisa o cachorro em um período de 48 a 72 horas. Se todos os carrapatos forem removidos, a paralisia normalmente desaparece em cerca de um dia
 
Algumas forma de eliminação e prevenção:
Em casa recomenda-se o uso do aspirador de pó bem passado, reforçando em frestas de paredes, pisos, ralos, etc. Tirar os animais e crianças de casa e passar o veneno (carrapaticida) na cada toda, também reforçando nas frestas (se a casa for de forro, passar também). Esperar secar bem antes dos animais e das crianças entrarem novamente. Em casos mais graves o ideal é contratar uma empresa especializada em eliminação de pragas.
 
No animal: Banhos carrapaticidas: quando a infestação é grande, repetir os banhos a cada 15 dias. Animais de pelos longos devem ser tosados no verão, época em que o calor e umidade fazem com que a incidência de carrapatos aumente muito. Produtos carrapaticidas de longa duração, em gotas para aplicação tópica (local) ou spray, podem ser aplicados, a critério do veterinário. 
No ambiente: Uso de carrapaticidas: aplicar nos canis, casinhas dos cães, em plantas e canteiros, atentando para frestas nas paredes, pisos e ralos. O forro da casa não deve ser esquecido. Repetir o tratamento a cada 15 dias. Em canis de alvenaria, o uso da "vassoura de fogo" é muito eficaz. O calor irá destruir todos os estágios do carrapato. Repetir o tratamento a cada 15 dias. Uma opção caseira são aparelhos com jato de vapor d'água fervendo. Se possível, fechar todas as frestas existentes nos canis ou paredes dos quintais, assim como no piso. Mude de produto a cada 2 ou 3 aplicações, para que o carrapato não desenvolva resistência e o tratamento passe a ser ineficaz.
Importante: Filhotes, fêmeas gestantes e gatos não devem ser banhados com produtos carrapaticidas. CONSULTE O VETERINÁRIO antes de usar qualquer produto. Banhos carrapaticidas devem ser dados com o cuidado de não permitir ao animal lamber o produto durante o banho. A ingestão pode causar intoxicação grave. Animais com ferimentos abertos (feridas ou queimaduras) não devem ser tratados. Existem carrapaticidas para uso em cães, porém, muitas vezes são recomendados produtos de uso em bovinos e cavalos. AS DOSAGENS SÃO DIFERENTES. Consulte o seu veterinário antes de usar esses produtos. Retire os animais do ambiente que irá receber o tratamento contra carrapatos até que o produto usado seque completamente. O combate ao carrapato deve ser intensivo e durante um longo período de tempo. Nos meses mais quentes, a infestação pode voltar e os cuidados devem ser redobrados. Nas áreas em que há carrapatos em qualquer época do ano, o tratamento deve ser constante.

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